domingo, 24 de fevereiro de 2013

Salve-se quem puder, enquanto puder, se puder.

Olá!
Pessoal quero dizer que estou muito feliz com o apoio de vocês na divulgação do blog, muito obrigado a todos.
O negócio está complicado viu! Cada dia só piora. Só sofrimento. Pensando assim hoje desejo compartilhar com vocês alguns dados referentes ao atual momento que o país vive em relação à dependência química.
Estes dados foram divulgado no segundo semestre do ano passado pela UNIAD, mas acredito que é de suma importância para nós interessados no assunto.
Este estudo foi concluído em março de 2012

Maconha

Obs. Dados em escala de milhão de pessoas.

População adulta: o estudo apontou que 7% da população ou seja 8 milhões dos adultos já experimentaram a droga sendo  que destes 3 milhões fizeram uso no ultimo ano ou 3% da população adulta do país.
Adolescentes: 4% ou 600 mil adolescentes já experimentaram maconha sendo que 3% ou 470 mil são dependentes.
Das 8.600 mil de pessoas, 3.470 mil pessoas usaram no último ano, destas 1.500 mil pessoas utilizaram todos os dias.
62% experimentaram antes dos 18 anos.
Estes números sobre o Brasil vêm sendo questionados pela Organização das Nações Unidas pelo fato da apreensão dessa droga no país ser uma das maiores do mundo.
1/3 dos adultos já tentaram parar de usar maconha e não conseguiram.
1 a cada 10 homem adulto já experimentou maconha na vida.
40% dos consumidores adultos de maconha são dependentes.
Homens usam maconha 3x mais que mulheres.
1 a cada 10 adolescente consumidor de maconha é dependente.

75% da população brasileira é contra a legalização da maconha.

Cocaína e Crack

Obs. Dados em escala de milhão de pessoas.

Cerca de 6 milhões de brasileiros já experimentaram alguma apresentação da cocaína na vida (cheirada ou fumada).
Adultos: 5.600 mil já experimentaram sendo que 2.600 mil fizeram uso no último ano (12 meses).
Adolescentes: 442 mil já experimentaram sendo 244 mil no último ano.

1 - Cocaína cheirada:
Adultos: uso na vida 5.100 mil e nos últimos 12 meses 2.300 mil.
Adolescentes: uso na vida 316 mil e nos últimos 12 meses 226 mil.
Total: 2.526 mil.

2 – Crack/Oxi
Adultos: 1.800 mil na vida com 1 milhão nos últimos 12 meses.
Adolescentes: 150 mil na vida e 18 mil no último ano
2 milhões de pessoas usam maconha e cocaína de forma concomitante.
No último ano (12 meses) 70% dos usuários de cocaína usaram maconha e 41% dos usuários de maconha fizeram uso de cocaína.
27% usaram todos os dias nos últimos 12 meses.
14% dos usuários de cocaína já injetaram a droga uma vez na vida.
45% experimentaram antes dos 18 anos.
A Região Sudeste do país é a maior consumidora desta droga com 46% do total nacional esse percentual corresponde á 1.400 mil pessoas, 5.5% deste com uso na vida e 2.2% no último ano.
A região nordeste vêm em segundo lugar com 27% do total nacional 800 mil pessoas e em seguida a região Centro-Oeste com 10% do total ou 300 mil pessoas.
Hoje no país 22% da população conhecem alguém com problemas de uso de cocaína/crack.
Somente 30% pretender para nos próximos meses.
Apenas 1% procurou ajuda ou tratamento.

O Brasil representa 20% do consumo mundial de cocaína/crack.
É o principal mercado de crack no mundo.

Diante destes dados alarmantes questiono: onde isto vai para?
Como diria um personagem da TV: agora quem poderá nos ajudar?
Sinceramente não sei e é por isso que digo a todos vocês que precisamos nos ajudar, nós profissionais da saúde, membros de irmandades, familiares e amigos, não tem jeito por enquanto somos a frente principal nesta batalha.
Como diz o título da postagem: Salve-se quem puder, enquanto puder, se puder.
A melhor solução para isto até hoje é: FIQUE FORA DISTO. DROGAS ESTOU FORA!

Boa semana a todos e até o próximo post.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

De volta ao crack


Tenho contato com usuários de crack há 21 anos. Em entrevista à jornalista Cláudia Colllucci, publicada na Folha em 28 de Janeiro, expus o que penso sobre a internação dos usuários contumazes. 
Recebi alguns e-mails de pessoas que concordaram com as razões por mim expostas; outros, com críticas civilizadas e inteligentes, como as de meu colega da Folha Hélio Schwartsman, de quem sou leitor assíduo; outros, ainda, indignados, que só faltaram acusar minha progenitora de haver abraçado a mais antiga das profissões.
Ao defender a internação, expressei minha revolta contra os que politizam esse tema, com jargões dos anos 1960. Infelizmente, alguns profissionais que prestam assistência a usuários nas ruas sentiram-se ofendidos. A eles peço desculpas, não foi minha intenção generalizar, eu me referia aos que se manifestam em consonância com agendas pessoais distantes da realidade.
Quando exponho ideias que são contestadas por quem pensa de maneira radicalmente oposta, procuro fazer um esforço sincero para aceitar os argumentos contrários como se fossem meus, e tivesse que defendê-los num debate imaginário. Esse contorcionismo intelectual tem me ajudado a rever posições que julgava definitivas.
Neste caso, entretanto, há aspectos que me impedem de mudar de opinião, ainda que me acusem de autoritário e fascista, deformações alheias à minha personalidade.
Minha experiência com usuários de crack começou na antiga Casa de Detenção, em 1992, ano em que essa praga desalojou no presídio e nas ruas a moda de injetar cocaína na veia.
Perdi a conta de quantos óbitos atestei nos dez anos seguintes; meninos e homens maduros mortos por overdose ou assassinados a facadas por seus credores. Vi jovens fortes definharem até a caquexia, contrair tuberculose e morrer com o cachimbo ao lado. Fiz diagnóstico de infarto do miocárdio e derrame cerebral por overdose em rapazes de menos de 30 anos. Ladrões de renome entre seus pares suplicavam para ser trancados em cela forte, única saída para fugir da tentação.
Hoje, na penitenciária feminina, vejo meninas presas na cracolândia repetir o que jamais imaginei ouvir: "Graças a Deus vim presa. Se continuasse naquela vida, já teria morrido".
Internar à força alguém em pleno domínio das faculdades mentais é inaceitável, mesmo quando há risco de suicídio. Decidir conscientemente despedir-se da vida é direito tão inalienável quanto o de lutar para preservá-la.
A diferença, no caso do crack, é que não consigo me convencer de que o menino com o cobertorzinho nas costas, pele e osso, sem forças sequer para roubar, reúna condições psíquicas para tomar outra decisão que não seja a de ir atrás da próxima pedra.
Não falo de usuários ocasionais, passíveis de abordagem ambulatorial, mas de pessoas gravemente enfermas que correm risco de morrer de pneumonia, tuberculose, overdose ou nas mãos dos desafetos.
Deixá-los nas ruas à espera de que resolvam procurar ajuda por livre e espontânea vontade ou sejam convencidos por profissionais competentes e bem-intencionados pode dar resultados concretos para alguns casos, mas exige um tempo de sobrevivência que a maioria dos doentes mais graves não dispõe.
Você poderá dizer que essa estratégia é cara e de eficácia duvidosa. Pode ser, mas para os casos mais dramáticos não vejo outra.
Mesmo que ao sair da clínica o usuário recuse o acompanhamento ambulatorial e volte para a cracolândia, terá valido a pena. Estará com mais saúde, terá recuperado parte do peso perdido e sido tratado das doenças que o debilitavam.
Se for mulher grávida, terá acesso aos exames pré-natais e chance de permanecer abstinente até o fim da gravidez, possibilidade remota na rua.
É evidente que o impacto será muito menor se, ao receber alta, o ex-usuário for abandonado à própria sorte. Haverá necessidade de recursos financeiros para a criação de ambulatórios e formação de pessoal especializado. Também custará caro, mas a sociedade está diante de uma tragédia humana sem precedentes.
Todos os países que destinaram áreas públicas para o consumo de drogas ilícitas desistiram da experiência porque houve aumento da mortalidade. Nossas cracolândias por acaso não são espaços públicos destinados ao livre consumo?

Drauzio Varella é médico cancerologista. Por 20 anos dirigiu o serviço de Imunologia do Hospital do Câncer. Foi um dos pioneiros no tratamento da Aids no Brasil e do trabalho em presídios, ao qual se dedica ainda hoje. É autor do livro "Estação Carandiru" (Companhia das Letras). Escreve aos sábados, a cada duas semanas, na versão impressa de "Ilustrada".


domingo, 17 de fevereiro de 2013

Porquê?

Essa é a pergunta que sempre buscamos uma resposta!. Não importa qual seja o motivo ou sentido da pergunta ela sempre está ai. Mas o porquê que desejo falar é esse: porque nem todos conseguem parar de usar drogas ou beber?
Será que é vício? Não. Falta de vontade então? Não. Falta de apoio? Talvez.
No triste dia a dia que vivo hoje observo algumas coisas que colaboram com isso, e são muitos os equívocos cometido por todos nós. Hora nem mesmo nos importamos com isso. Horas nos importamos demais. Hora ajudamos e hora não.
Porque então?
O dependente necessita de muita ajuda muito apoio, muito acolhimento e isso ele recebe dos grupos de autoajuda NA, AA e etc... (isso quando frequentam) mas mesmo assim o número de dependentes que recaem é muito grande ai novamente pergunto: por que será?
Será responsabilidade do grupo? Acredito que não.
Será responsabilidade do dependente? Em parte sim, porque simplesmente a abstinência não é o suficiente para a recuperação e sim apenas uma condição para que o processo se dê. O Livro Azul de NA diz que sem abstinência total não se pode fazer recuperação. Esse mesmo livro menciona que não existe adicção social, isto é, não dá para usar socialmente.
Qual o problema então?
O problema é que o dependente insiste em manter padrões comportamentais ou cognitivos (pensamentos) disfuncionais para ele como continuar vivendo sobre o mesmo estilo de vida da ativa (uso), andando com as mesmas pessoas que usava ou bebia, andar pelos mesmos lugares de antes, tentar usar controladamente, continuar se valendo de mentiras, manipulações e ausência de responsabilidades.
O programa combate tudo isso com sua aplicação baseada em princípios como honestidade, mente aberta, boa vontade, responsabilidade, disciplina, ações criativas, crescimento pessoal e outros.
Em um dos IPs (folheto de literatura) chamado Recuperação e Recaída é mencionada algumas das principais causas de recaídas, entre elas estão isso tudo que mencionei acima mais o fato de ausência em grupo.
A frequência em grupo é de extrema importância, pois lá o dependnete terá contato com outros dependentes que estão passando pelas mesmas dificuldades que ele ou já passaram.
O programa diz que não existe paralelo maior que a ajuda de um adicto para outro, nada de maior valor que essa ajuda de quem tem extrema experiência na vida de uso de álcool ou drogas e também nas suas experiências do dia a dia de recuperação.
Em contra ponto a família também necessita participar de um grupo de auxílio familiar para que possa também vivenciar essa troca de experiências e aprender como o dependente pensa ou funciona.
A família também comete seus erros que facilitam a recaída do dependente e não são só aqueles que mencionei no post anterior, mas também outros como por exemplo:  testar a recuperação deste dependentes deixando por exemplo dinheiro dando sopa pela casa para ver se ele pega ou mesmo dando grandes quantias para o dependente sem necessidade. Outra coisa é ficar fazendo consumo de álcool ou drogas na presença do dependente, dando tudo o que ele quer, resolvendo seus problemas e por ai vai.
Lembro que todos nós somos ou éramos ignorantes (sem conhecimento) no assunto até o momento em que nos vemos na necessidade de ajuda.
Vocês dependentes, alcoolistas, familiares ou amigos que não sabem onde procurar ou encontrar pessoas para ajuda-lo as irmandades de recuperação e auto/mutua ajuda os receberão.
ACESSEM OS LINKS SUGERIDOS QUE POSTEI NO BLOG
Dependentes, familiares e/ou amigos que já encontraram um caminho continuem voltando e vocês que ainda não se dispuseram a buscar essa ajuda não esperem mais ou as coisas piorarem fara fazê-lo.
Companheiros de todas as irmandades e grupos de auto/mutua ajuda vocês também tem responsabilidades no sucesso da recuperação tanto pessoal quanto dos recém-chegados, vamos acolhê-los em espírito de irmandade para que possam se sintam no lugar certo e queiram continuar voltando.

Abraço a todos. Até o próximo Post.

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Mesmo erro, resultado diferente?

Bom dia pessoal,

Quero falar de uma coisa que venho pensando nos últimos dias: Porque as pessoas insistem em cometer os mesmos erros?
Outro dia na instituição onde trabalho uma mãe em conversa telefônica com seu filho soltou a seguinte frase: ”filho fica ai bem, faz tudo direitinho que quando você sair daí um te dou um moto de presente...”. Frase de alto poder motivacional não é? NÃO.
Gente olha que absurdo esse garoto é menor de idade e a família, no caso a mãe tentou incentivar o filho dizendo que ele pode quebrar as leis, como diria um famoso apresentador de TV “O garoto é menor de idade pô! Dá uma ajuda ai pô!”.
O que mais me assusta é que esse tipo de atitude é bastante comum entre os familiares de dependentes químicos em tratamento hospitalar ou não, barganhar com ele sua recuperação.
Isso não ocorre apenas no caso de menores de idade, pais prometem carro, viagens, cônjuge que promete retomada de relacionamento e estas coisas não funcionam para a maioria, inclusive o absurdo de acordar com o dependentes o uso controlado de álcool junto a eles e até mesmo muitas vezes uso supervisionado de droga dentro de seu lar.
Ai levanto a seguinte questão: quando é que isso funcionou?
O dependente químico quando está dominado pela obsessão e compulsão do uso é extremamente manipulador, facilitador e não é que ele não deseje muitas vezes levar adiante a promessa ou acordo, mas quando tudo fica bem e ele consegue o que quer ele retoma a rotina anterior.
Costumo falar em minhas palestras familiares que o maior benefício que eles podem dar ao dependente é o que eles estão dando naquele momento, a saber, uma oportunidade de parar de usar e viver, ou seja, não se pode barganhar a escolha pela vida.
Amigos dependentes, cuidado com o que estão propondo a vocês mesmos para seguirem o caminho da recuperação olhem bem suas escolhas e lembre-se que existe o Kit, o kit-ferra.
Pais, cuidado com as propostas tanto de sua parte quanto do dependente ela pode ser um tiro pela culatra e atingir você, lembre-se do que disse acima, não existe barganha pela escolha de viver.
Ah! Quase me esqueci, nunca prometa nada que não possa cumprir. Como falei no inicio sobre quebra de leis, faço a ressalva que: não podemos quebrar as regras ou voltar atrás em suas decisões.
Não repita os mesmos erros, as mesmas escolhas erradas de antes, isto só vai levar ao mesmo resultado de antes.

É isso! Até a próxima postagem.

O DQ - Um Novo Rumo, Começa Agora

Olá meus amigos,

Hoje dou inicio as atividades do blog O DQ – Um Novo Rumo, e me sinto feliz por isso.
Esclareço que minha pretensão aqui não é de somente divulgar meu ponto de vista ou exclusivamente minhas experiências sobre o assunto e sim poder também compartilhar a de vocês meus leitores.
Sendo assim agradeço a todos que me ajudarem a levar este projeto adiante compartilhando ou divulgando o blog, me enviando por e-mail suas sugestões, dúvidas, temas a serem abordados e também suas experiências.
Por motivos profissionais esclareço que as postagens serão feitas semanalmente.
As enquetes do blog terão a duração de 7 dias.
Para os que se cadastrarem como seguidores do blog caso haja postagem em caráter de urgência enviarei por e-mail a notificação da postagem.
Aguardo contatos, ideias para temas e enquetes e relatos no meu e-mail: ulysses_sph5@hotmail.com.


Sejam todos bem vindos.

Obrigado a todos vocês.